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Servidor tem de ser bem remunerado

A Mesa Diretora da Câmara de Rio Preto anunciou que vai elaborar um projeto para manter o número de 17 vereadores na próxima legislatura, apesar do aumento para 23 cadeiras estar autorizado pela emenda constitucional 58, desde 2009.

Os novos vereadores, que assumiram a Mesa com a renúncia dos anteriores, procuram mostrar que estão sintonizados com o clamor popular. Essa iniciativa já faz crer que mudança foi positiva.

A decisão ainda precisa passar pelo plenário da Câmara para ser aprovada. A Mesa, porém, acredita que os demais vereadores dificilmente irão contrariar o projeto de manutenção das 17 cadeiras. Aposta na repercussão negativa que a decisão contraria causaria ao Legislativo, comprometendo a reeleição de quem defender o aumento de vagas na Câmara.

A manutenção das 17 cadeiras pode ser considerada favas contadas.

Os vereadores rio-pretenses decidiram também elevar seus vencimentos para R$ 6,5 mil, equiparando-os aos dos secretários municipais.  Quanto aos aumentos dos vencimentos do prefeito e do secretariado para a próxima gestão, esses ficam congelados. A medida visa estabelecer um teto de R$ 9 mil para os servidores municipais.   

Nesse ponto, é preciso muito cuidado. Bons profissionais merecem bons salários. Atualmente, um executivo de uma empresa de porte médio tem seu vencimento acima de R$ 6,5 mil.

O congelamento dos vencimentos cria uma barreira para atrair bons profissionais da iniciativa privada para o poder público. Gestores eficientes e qualificados dificilmente deixarão seus empregos para trabalhar na administração pública. Esses valores precisam ser revistos para o bom andamento da máquina pública.   

É preciso acabar com essa filosofia na qual o trabalhador precisa ganhar mal para atuar no poder público.  Na iniciativa privada, profissionais bem remunerados trazem lucro para suas empresas. Os bons são disputados no mercado de trabalho. Assim deve ser no Poder Público. 

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O Festival da Barganha
 
O que está por trás da renúncia dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara de Rio Preto não é nenhum motivo nobre. Segundo o noticiário, entre as razões da iniciativa por parte dos vereadores Nelson Ohno (PSB), Carlão dos Santos (PTB), Manoel da Conceição (PPS) e Maurin Ribeiro (PCdoB) estaria o descumprimento, por parte do atual presidente do Legislativo, Oscarzinho Pimentel, da distribuição de cargos para os apadrinhados de vereadores. 

Ou seja, questões de interesses pessoais mais uma vez acima do interesse coletivo. “Se você não encaixar meu apadrinhado político, te derrubo do cargo.” Será esse o caminho da Câmara daqui para frente?  A renúncia coletiva, feita para chamar atenção da mídia e pressionar o presidente que estaria arredio a distribuição dos cargos é um pobre espetáculo.
 
Oscarzinho Pimentel não é nenhum santo, até porque a Câmara de Rio Preto não é um seminário. Já cometeu e continua cometendo pecados. Daí, querer derrubá-lo, pelo motivo divulgado, é querer transformar todo presidente da Casa em refém de barganhas. 
Barganhas que terminam como o pedido de demissão do ex- diretor de Comunicação da Câmara de Rio Preto, Daniel Espinha, até hoje não explicado, mas amplamente sabido nos bastidores políticos.
 
A cada lance dos nossos vereadores, ficamos mais decepcionados com nossos legisladores municipais. Além do descrédito aumentar junto à população, nesse caso, o tiro pode sair pela culatra. Uma nova mesa poderá ser formada com vereadores comprometidos com a boa imagem da Casa. É para isso que torcemos. 
 
A Câmara de Rio Preto tem de parar de apresentar espetáculos bizarros e começar a defender os interesses da sociedade. Precisamos de vereadores com prometidos com o bem comum, com a justiça social, com o coletivo. Chega de tanta barganha. No ano que vem, acontecerão as eleições municipais. Mais uma vez os eleitores irão julgar seus representantes. A renovação poderá ser maior que muitos imaginam.  

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O problema não é o valor do salário

A proposta dos vereadores de Rio Preto de aumentar seus salários para R$ 6,5 mil provocou uma reação desproporcional ao valor. Existe até uma campanha contra o aumento, como se esse fosse o maior mal do nosso Legislativo.

Nosso município tem uma das maiores economias do Estado de São Paulo. Um dos maiores PIBs do País. É considerado a “Califórnia brasileira”, tamanha pujança. A cidade é a 18ª melhor do Brasil para se construir uma carreira profissional. Mas, na hora de discutir o salário dos nossos representantes no Poder Público, se comporta como uma cidadezinha dos rincões. A compra de um Ford Fusion, para atender ao presidente da Câmara Municipal, é tratada como um escândalo.

Penso que combater o salário de R$ 6,5 mil e a compra do carro é desviar o foco da discussão. Até porque todos os vereadores que lá estão foram eleitos por meio do voto popular. São advogados, professores, engenheiros, técnicos, sindicalistas e empresários. Pessoas que, em tese, estão abrindo mão de seus afazeres profissionais para se dedicar ao Legislativo.

O que deveria causar repulsa nas pessoas é a postura de muitos dos nossos vereadores. São especialistas em fazer leis inconstitucionais. Adotam uma postura servil em relação ao Executivo, quando seu verdadeiro papel é o de fiscalizar os atos da administração municipal. Deixam de exercitar suas funções de legisladores em troca de benesses e cargos. E por aí vai.

Existem, evidentemente, aqueles que estão atuando de forma séria e comprometidos com os interesses da comunidade. Esses deveriam ganhar muito bem. Na iniciativa privada, bons salários atraem bons profissionais. No Poder Público, deveria ser assim. Os bons legisladores deveriam ser bem remunerados. As pessoas de bem deveriam se sentir atraídas para o Poder Público, substituindo alpinistas sociais e os seguidores da Lei de Gérson.

É preciso combater o mau vereador e trabalhar para que ele não seja reeleito. Necessitamos de vereadores que se comportem de maneira distinta, que impeçam a corrupção, que não tratem o exercício do cargo como um “bico”, que visem ao bem comum. Temos de cobrar dos eleitos que atuem de forma digna. Se fizerem isso, os R$ 6,5 mil serão justos. 
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País sem oposição

Hay gobierno? Soy a favor. Quem diria que o partido da estrela vermelha iria se transformar no sonho de consumo de quase todos os políticos profissionais deste País? Todos querem ser seus aliados, compartilhar o poder.

O partido da Libelu – Liberdade e Luta, da Convergência Socialista, do Trabalho, dos guerrilheiros, dos “terroristas”, da reforma agrária. O partido que um dia teve como palavras de ordem Terra, Trabalho e Liberdade, aliado da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra) é hoje admirado pelo pessoal que até pouco tempo andava de braços dados com a turma da UDR (União Democrática Ruralista).

Dizem que a presidente petista Dilma Rousseff não sabe o que fazer com tanta adesão. É muita gente querendo participar do governo, querendo devorar o mesmo bolo.

A última novidade nessa história toda é o surgimento de um novo partido, o PSD, que já declarou que não é oposição. É formado por políticos que perderam as últimas eleições, mas que defendem, agora, os mesmos ideais dos vencedores.

Aliás, o que é essa coisa chamada oposição? Antagonismo de ideias? O que significa isso? O Brasil transformou-se num país de pensamento único. De esquerda.

Cabe ao DEM, PPS e parcela do PSDB, hoje minoria, o papel de fiscalizador do governo. De apontar os contrastes. Novos caminhos. De defender doutrinas e formas de governo diferentes da do PT. Os demais partidos viraram “companheiros”.

Se toda unanimidade é burra, como dizia o dramaturgo Nelson Rodrigues, a coisa vai mal em terras tropicais. Ninguém deseja que o atual governo faça uma administração ruim para o País. Mas abdicar do papel de opositor aqueles que deveriam sê-lo é oportunismo e beira à irresponsabilidade.

Nesse ponto, temos de tirar o chapéu para os petistas. Conquistaram o poder fazendo oposição, sem dar trégua para o adversário, sem adular e sem bajular. Não abriram mão dos seus ideais. Ganharam o respeito do eleitor. Já o pessoal do troca-troca... 

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50 anos de Expo 

A tradicional Exposição Agropecuária de Rio Preto vive um ano especial, o de seu cinquentenário. São 50 anos, promovendo o agronegócio de Rio Preto e de toda região Noroeste do Estado. Para comemorar a data, está prevista uma grande festa.

A administração municipal, os produtores rurais, lideranças da agricultura e entidades ligadas ao setor devem unir forças para fazer desta uma grande exposição, que deverá ser lembrada nos próximos 50 anos. Portanto, não é mais uma exposição, mas a exposição.

Marcada para acontecer em outubro, no Recinto de Exposições “Alberto Bertelli Lucatto”, a nossa Expo, como carinhosamente é tratada pelos moradores de Rio Preto -- que a adotaram com uma instituição da cidade --, tornou-se referência do agronegócio no Estado de São Paulo. Participam dela as melhores raças, os melhores criadores e animais premiados.

No ano passado, recebeu R$ 1 milhão em investimentos para sua realização, criando 750 empregos. Os investimentos deste ano deverão elevá-la à condição de uma das duas ou três mais importantes feiras anuais do agronegócio paulista.

Penso que para chegar a essa patamar não bastam investimentos. A preocupação deve ser também com o profissionalismo, envolver todos ligados à agropecuária. Além de atrair criadores de animais, montadoras, indústrias de insumos, fabricantes de produtos veterinários e outras grandes empresas do setor, os organizadores precisam oferecer, aos participantes, conhecimento, por meio de palestras com especialistas. Assim, teremos uma feira de fato, que cumprirá com seu papel em toda a sua plenitude, reunindo grandes atrativos para os diferentes públicos de Rio Preto e região.

Por sua importância, a torcida é para que seja tratada de forma especial. Com uma grande comissão organizadora, trabalhando em sintonia com o poder público municipal, ela tem tudo para ser repleta de êxito

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Em defesa da região

Tomou posse, nesta sexta-feira (18/3), a nova diretoria da AMA – Associação de Municípios da Araraquarense. O presidente eleito, Alberto César de Caires, prefeito de Álvares Florence, assumiu prometendo defender as causas municipalistas e combater os excessos de encargos repassados aos municípios.

Disse que a nova diretoria pretende fazer parcerias com entidades municipalistas e buscar o apoio dos nossos representantes no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e nos governos federal e estadual. O momento é favorável. Nunca a região esteve tão representada. São um senador da República, cinco deputados federais, sete deputados estaduais e um secretário de Estado.

A AMA, que tem como missão promover a união dos municípios e incentivar o desenvolvimento sustentável da Região Noroeste de São Paulo, representa 120 municípios, onde moram aproximadamente 3 milhões de pessoas. É a maior associação de municípios do Estado de São Paulo. Portanto, tem uma força incontestável.

Com todos esses fatores favoráveis, o início das obras de duplicação da SP-320 – Rodovia Euclides da Cunha não pode mais ser adiado. Bem como, a duplicação de trecho da BR-153 que passa por São José do Rio Preto. É necessário também buscar investimentos públicos e privados para o desenvolvimento regional e a diminuição da desigualdade social.

Nossos políticos precisam se envolver com essas causas e mostrar que estão sintonizados com as reivindicações e anseios da nossa gente. A campanha eleitoral aconteceu no ano passado. Agora, é hora de descer do palanque e mostrar serviço. A união e a soma de esforços trarão bom dividendo para todos.

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Trilhos assassinos

E vem campanha eleitoral e vai campanha eleitoral, o assunto sempre volta à tona. A retirada dos trilhos de trem que cortam a cidade de Rio Preto ou sua desativação. São propostas para o contorno ferroviário que não acabam mais. Passado o período eleitoral, o assunto morre.

Morrem também muitas vítimas de acidentes nos trilhos. Nesta semana, foi o professor Silvio Pereira, de 43 anos, que morreu quinta-feira, por volta das 6 horas da manhã, ao atrevessar de carro a linha do trem no bairro Vitório-régia, em frente à escola Renascer, onde trabalhava. O educador morreu nolocal.

Até quando as autoridades rio-pretenses vão ficar discutindo o assunto sem tomar qualquer iniciativa concreta para resolver o problema? Quantos professores precisarão morrer para que se faça alguma coisa? É estudo para cá. É estudo para lá e nada. Os trilhos continuam tumultuando o trânsito, provocando congestionamentos e matando rio-pretenses.

Não existe justificativa para que os trilhos continuem passando dentro da cidade. Os trens de passageiros foram desativados. O destino da estação ferroviária -- que se deteriora dia a dia -- é virar museu e o tal metrô de superfície é mais uma ideia que não resolve o problema da segurança.

Quando há vontade política e determinação, as propostas saem do papel. Um exemplo é a cidade de Araçatuba que fez a retirada dos trilhos que cortavam a cidade. No início da atual administração, falava-se na retirada dos trilhos e na revitalização dos imóveis localizado ao longo do atual trajeto ferroviário. Citava-se como exemplo Porto Madero, em Buenos Aires, e a cidade de Belém, no Pará. Passaram-se dois anos e os trilhos estão lá, quase firmes e quase fortes.

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Não tem prá ninguém.
Comer bem é em Rio Preto


Estava saboreando uma esfirra. De repente, toca o celular e vem um pedido. “Ruy, manda um texto sobre a gastronomia de Rio Preto.” Pensei: fácil. Fácil? Tinha 2 mil toques para falar de coalhada seca, babaganuche, hommus, quibe cru, kafta assada, charutinhos de folha de uva, beringela assada... Uma cidade com uma grande colônia sírio-libanesa, só poderia ter entre seus pratos o melhor da comida árabe.

Parei e lembrei. Meu Deus, o nosso bacalhau ao forno é inigualável. Os portugueses, com seus vinhos, pescados e frutos do mar são tudo de bom. Rio Preto oferece uma culinária portuguesa deliciosa. 

E as cantinas italianas, com suas massas exaltadas nas páginas do Estadão por escritores como Ignácio de Loyola Brandão. “Em Rio Preto, não deixe de comer o agnoline”, recomenda. Mas tem a lasanha, o nhoque, fuzili, capeletti... E as pizzarias... Uma melhor que a outra. A coisa é tão boa que abrimos franquia.      

Ei! Espera aí. Não estamos esquecendo das churrascarias, das casas de cupim? Em cada esquina um espetinho. Dos mais requintados, com acompanhamentos aos dos botequins, com uma loira gelada. Churrascarias com as carnes mais nobres. Cupim casquerado. Invenção nossa. Se não for, ninguém faz melhor.

E a invasão japonesa. Sushi, sashimi, yakisoba, sukiake... Não é por nada, mas não existe restaurante japonês no interior de São Paulo que bata os nossos.

Rio Preto tem pratos para todos os gostos. Comida mineira, nordestina, gaúcha, goiana, nortista... Cachaça de primeira e queima do alho. Só de pensar, dá água na boca. Mais recentemente, adotamos a culinária francesa, com seus pratos requintados, seus ambientes sofisticados, suas bebidas mundialmente reconhecidas.

É muita coisa, muito aroma, muito sabor... E o mais importante,   uma gente que sabe apreciar tudo isso. Sofremos a influência de várias culturas. Comemos sem preconceito. Estamos abertos ao novo, ao exótico, ao arroz com feijão.    

E “prá acabá”.  Não tem essa história do pastel de São Paulo. As pastelarias do Mercadão de Rio Preto oferecem os melhores do Brasil. Nossos refrigerantes fazem um casamento perfeito com nossos pastéis. Quem achar que estou exagerando, é porque tem problema de paladar ou nunca comeu em Rio Preto.    

Artigos publicados no jornal Bom Dia