terça-feira, 28 de junho de 2011

O Lugar traz 12 performances artísticas



O espaço noturno cultural, O Lugar tem 12 performances artísticas na programação deste ano. Durante as 7 noites de evento o público contará sempre com, ao menos,  um trabalho performáticos por noite, além das atrações musicais, vídeo-arte e instalações.
 
O Lugar busca oferecer um espaço diferenciado, durante a realização do Festival Internacional de Teatro – FIT Rio Preto, para a apresentação de performances na cidade. Busca valorizar as produções locais e sua pluralidade.

O Lugar é um bar cultural que funde num mesmo ambiente, balada e arte cênica, reunindo artistas e amantes de teatro para celebrar e debater o fazer artístico. Os convites podem ser adquiridos antecipadamente na loja Território Livre, no Praça Shopping. 

Programação - O Lugar 2011

Abramovic-se – Grupo Amálgama
Áudio MOVIMENTO - Grupo Fusão de Rua
Aurora - King Company
Cavalo ao Lado Não se Olha os Dentes - Cia. Poleiro dos Anjos
Charclô! - Cia Forrobodó de Teatro e Cultura Popular
Clouse-up Magic - Mágico Kadú
Coma-me - G.A.L. Produções Artísticas
Corpo Ação - Raquel Francielle
Four - Grupo Amálgama
O Decreto de Vitrúvio - Cia. Hecatombe
Play the 80’s – DJ Mila Carvalho
Um ser, só – Grupo Asa de Borboleta

Serviço: Espaço noturno cultural O Lugar
Dias: 7, 8, 9, 10, 14, 15 e 16 de julho
Horário: 21 horas
Local: Bar Enquanto Houver Lua
Endereço: Avenida Tancredo Neves, 540 (marginal da Rodovia Washington Luís).
Mais informações: (17) 8146-1734 / 9117-4646

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mapa Cultural apresenta Kafka no Municipal


O espetáculo O que Fazer com o que Kafka fez com a Gente, do rio-pretense Gerrah Tenfuss, será apresentado nesta quarta-feira (15/6), às 20 horas, no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, na fase municipal do Mapa Cultural Paulista. O Mapa objetiva identificar e ressaltar a produção cultural do interior de São Paulo em treze regiões. Ele acontece nas cidades sedes das expressões artísticas.

A montagem foi contemplada no Programa Municipal Nelson Seixas de Fomento à Produção Cultural e recentemente foi convidada para participar da 3ª Mostra Sérgio Nunes de Teatro, em Ourinhos. Segundo Tenfuss, Kafka está fazendo uma carreira consistente. “Fomos selecionados para o Festival Internacional de Teatro de Rio Preto e já temos apresentações agendas no Sesi.”

O espetáculo é a encenação do conto homônimo do escritor pós-moderno Jair Ferreira dos Santos, presente em seu livro Cyber Senzala. A obra discute a capacidade de influência que a literatura tem na vida de uma pessoa. No conto, o personagem central se identifica com a obra do autor tcheco Franz Kafka e decide também ser escritor e, mais que isso, reencarnar o próprio Kafka.

A peça é um drama com um texto irônico e sarcástico, que beira o humor negro. “É um texto rico, inteligente, veloz e muito poderoso. O humor é ácido e, apesar de ser um monólogo, o espetáculo tem muita ação”, informa Tenfuss. 
A direção é de Carolina Alvim, formada pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, que tem em seu currículo A Aventura de um Fotógrafo, baseada na obra do autor Italo Calvino, Amores Difíceis. Segundo ela, houve um trabalho muito intenso com o ator para que ele pudesse absorver a atmosfera kafkaniana. 

A montagem teve a participação de profissionais experientes, que se preocuparam com cada detalhe do espetáculo. O figurino é assinado pela grife Estivanelli. Foram compostos trajes inspirados nas vestimentas de Kafka. A trilha sonora é assinada por Ly Sarkis, que procura criar o clima angustiante da obra de Kafka, na visão de Jair Ferreira dos Santos. A iluminação é de Lu Lopes e foi toda trabalhada sobre o noir.

O que Fazer com o que Kafka fez com a Gente
Da obra de Jair Ferreira dos Santos
Direção - Carolina Alvim
Solo - Gerrah Tenfuss
Fotos - Nathalie Gingold
Figurinos - Estivanelli
Iluminação - Luís F. Lopes
Trilha sonora - Ly Sarkis

Serviço: Mapa Cultural Paulista
Data: 15/6/2011
Horário: 20 horas
Local: Teatro Municipal “Humberto Sinibaldi Neto”
Preço: Entrada franca

terça-feira, 14 de junho de 2011

Véio, já estamos com saudades



O fotógrafo Wamberto Carneiro morreu na tarde desta terça-feira (14/6), no Pronto Socorro Central, que fica na Vila Ercília. Wamberto registrou quase toda a carreira política do deputado federal Edinho Araújo (PMDB). Foi o fotógrafo oficial da Prefeitura de Rio Preto de 2001 a 2008. Pessoa muito popular em Rio Preto, vai deixar saudades. (Na foto de baixo, com Jorge Maluf)

Por Mário Soler
Hoje é um dia triste para a imprensa de São José do Rio Preto e região.
Faleceu nesta tarde o fotógrafo Wamberto de Oliveira Carneiro, que fez carreira no Jornal de Jales e atuou nos dois mandatos do prefeito Edinho Araújo, em Rio Preto, como fotógrafo oficial do gabinete.
Wamberto tem uma forte ligação com a região Noroeste de São Paulo. Chegou a Mirassol, vindo de Santos, na década de 70 para trabalhar como corretor de café da empresa Marrequinho, da qual herdaria o apelido.
Morou em Jales onde iniciou a carreira como fotógrafo no Jornal de Jales. Conheceu Edinho e o acompanhou nas últimas décadas.
Wamberto tinha como hobbies, além da fotografia, a música e a culinária.
Seu último trabalho foi na equipe que realizou a fotobiografia “Edinho Araújo – 38 anos na estrada”, onde atuou como um dos editores de imagens.
Foi casado com Abigail Correia de Matos Carneiro e deixa a filha Ana Cristina de Matos Carneiro.
Wamberto nasceu em 25 de dezembro de 1938, na cidade de São Carlos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Swift é da Cultura - 1

O renascer da Swift
 
Ruy Sampaio e Lelé Arantes

Para os novos rio-pretenses, é preciso esclarecer que a Swift é um conjunto de prédios de uma antiga fábrica de óleo do caroço do algodão, inaugurada em 1944. Durante muitos anos, centenas de famílias de trabalhadores de Rio Preto disputaram os empregos na indústria. Diferentemente do que se apregoa, a Swift não é uma empresa inglesa, apesar da marca ter sido criada por Gustav Swift, em 1877, em Chicago. Ela foi fundada em 1907, por um grupo de investidores argentinos, com sede na Cidade do Cabo, na África do Sul, e fábrica em Puerto La Plata. Passou por uma série de transformações nos últimos anos e, atualmente, tem 100% de capital argentino, sob a presidência de Carlos Oliva Funes.
A Swift faz parte da memória afetiva de alguns milhares de rio-pretenses cujos pais e avós ganharam seu sustento nas moagens da empresa. Muitos adultos ainda guardam na memória olfativa o cheiro gostoso de paçoquinha que exalava da velha chaminé. Com a fábrica desativada no final dos anos 60, a Swift foi, por mais de uma década, um depósito de milho. Em 1981, o prefeito Adail Vetorazzo declarou a área de utilidade pública, mas foi impedido pelos vereadores de efetuar a compra.

Dois anos depois, o então prefeito Manoel Antunes concretizou as negociações e adquiriu a área - 30.116 metros quadrados de área livre, mais 7.145 metros quadrados de construção e 1.099 metros quadrados de área sem cobertura. Desde o momento da compra, a sociedade organizada defendeu a idéia de que ali deveria funcionar um centro cultural. Em setembro de 1983, representantes dos mais diversos segmentos sociais elaboraram um abaixo-assinado dirigido ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico), em São Paulo, solicitando o tombamento da Swift. Entre as lideranças estavam Daud Jorge Simão, Aloysio Nunes Ferreira Filho, Mauro Vechiato, Maria José Aziz, Antonio Brás Vernucci, Romildo Sant’Anna, Murilo Seixas, Reinaldo Volpato, Tsugugo Toma, Paulo César Naoum e Paulo Lucânia. 

Nas décadas de 80 e 90, foram organizadas algumas feiras. Mas faltou investimento para restauração e reforma dos galpões. Lina Bo Bardi veio a Rio Preto discutir a Swift, mas pouco a pouco o assunto caiu no esquecimento. O Condephaat arquivou o guichê (pedido de processo de tombamento), que só foi retirado da gaveta em 1998, por iniciativa da Amirp (Associação Amigos de Rio Preto), que reuniu novamente a sociedade para discutir a questão. Ao assumir a Prefeitura em 2001, o prefeito Edinho Araújo decidiu que a Swift seria uma das prioridades de seu governo. Ali, funcionará a Universidade Livre das Artes, oferecendo à sociedade muito mais que um segundo centro cultural.

Há 11 meses, estamos acompanhando todos os movimentos do Condephaat de São Paulo em relação ao tombamento. E mais. Temos buscado soluções para tirar a Swift da lenta degradação a que está exposta há mais de três décadas e devolver a ela vida e utilidade. A Swift, como diria Lisette Lagnado, coordenadora dos arquivos de Hélio Oiticica (Itaú Cultural), é um “território de reinvestimento cultural em espaços industriais desativados, que proporciona novas formas de urbanidades”. Todavia, não basta apenas reformar e restaurar a Swift. É preciso ocupá-la e devolver-lhe a vida. 
A Swift é um território hoje sombrio, bem ao estilo da arquitetura manchesteriana que lhe é peculiar, necessitando da vivência e da presença da população, retomando o ambiente excitante dos tempos de funcionamento de sua fábrica. Para tanto, estamos criando a Universidade Livre das Artes. Num primeiro instante, a Universidade será um espaço de produção cultural, ensaios, exposições, espetáculos, experimentalismo, com cursos de aperfeiçoamento, oficinas, workshops, seminários e aulas profissionalizantes para todos os segmentos da produção de arte.

Num segundo momento, soma-se a isso seu papel de universidade livre com cursos de extensão universitária ligados à cultura; e, num terceiro estágio, cursos superiores de arte. Teremos também uma área de convivência comum a esse tipo de ambiente. Os pessimistas poderão nos acusar de sonhadores. Os otimistas acharão acanhados os nossos sonhos. Porém, ninguém poderá nos acusar de omissos.

Temos um plano de trabalho a ser desenvolvido e, para isso, temos nos esforçado para buscar parceiros na iniciativa privada. Estamos na fase de elaboração de projetos para a conquista de recursos junto a órgãos federais e estaduais, fundações culturais e linhas de crédito a fundo perdido. Temos consciência de que o trabalho não será concretizado do dia para a noite. Justamente por isso, estamos desenvolvendo um projeto de ocupação e reforma da Swift gradativamente, tornando-a um grande canteiro de obras, acompanhando o conceito moderno de “chantier”. Não vamos ficar de braços cruzados esperando um grande projeto de reforma e restauração. Vamos, isto sim, iniciar a reforma e a ocupação paulatinamente, permeando um cronograma de médio a longo prazo que terá início com os primeiros passos de uma vitoriosa marcha. E eles já foram dados quando retiramos de dentro da Swift 34 caminhões de lixo. Agora, devemos executar a análise estrutural de todos os galpões. Dia desses, estivemos com o prefeito Edinho Araújo visitando o Sesc Pompéia, em São Paulo, em busca e know-how. Com isso, começamos a tirar a Swift da sua longa e silenciosa agonia, devolvendo-a à vida.
Diário da Região - 7/5/2002

A Swift é da Cultura - 2


Tombamento da Swift
 
Ruy Sampaio

A comunidade de Rio Preto, em especial os setores ligados à Cultura, comemoram mais uma vitória. A Swift finalmente está tombada como patrimônio histórico. A luta de um grupo de “visionários culturais”, iniciada há mais de 20 anos, vence sua penúltima etapa. A idéia daqueles “visionários” do início da década de 80 veio ao encontro do desejo desta administração, que se empenhou e conseguiu tirar do papel um projeto de anos dos rio-pretenses. Reconhecida pelo governo do Estado de São Paulo como patrimônio cultural de todos os paulistas, acreditamos que a partir de agora o sonho da comunidade de Rio Preto de transformar a Swift na Universidade Livre das Artes será facilitado. E contará com o apoio, inclusive financeiro, do governo do Estado.

É preciso ação, é preciso investimento. Tranqüilizou-nos as declarações do presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), José Roberto Melhem, contidas no ofício enviado ao prefeito Edinho Araújo. O tombamento, segundo ele, “não se trata de uma ação congeladora do bem, mas sim o reconhecimento de sua importância para a construção da identidade de nossa sociedade e manutenção de sua memória”. Melhem também assumiu o compromisso da realização de um trabalho conjunto com a Prefeitura.

Nossa antiga fábrica, localizada à margem do rio Preto, manterá seu papel transformador ante o seu tombamento. Inaugurada em 1944, processou a arte de transformar o caroço do algodão em óleo. Neste início de século 21, assume a incumbência de transformar pessoas em artistas, matéria-prima em arte.

A Swift está pronta para abrigar a Universidade Livre das Artes. Livre das eventuais investidas de um sórdido capital, com finalidade meramente especulativa e oportunista, que por uma, duas, dez vezes tentou descaracterizá-la deste seu aspecto sócio-cultural em benefício do lucro individual ou corporativo. A atual gestão do prefeito Edinho Araújo, sintonizada com o desejo da comunidade, ora por meio da Secretaria Municipal de Cultura (mas reconhecendo antes gestores como Adail Vetorazzo, Manoel Antunes ou entidades como o Comdephact e a Amirp), anunciou em 2001 a criação da Universidade Livre das Artes. Entidade cuja dinâmica encontra premissa na própria lei do tombamento, já que proíbe qualquer descaracterização da referida área.

O primeiro passo para a instalação da Universidade Livre das Artes foi dado em 2001 com a contratação da Cavalari Engenharia e Topografia, que se responsabilizou pelo desenvolvimento criterioso das plantas do imóvel e levantamento planialtimétrico. Depois, veio a Delphos Serviços Técnicos, que no primeiro semestre deste ano realizou um trabalho de avaliação hidráulica, elétrica e estrutural do complexo. E concedeu à Prefeitura, em outras palavras, satisfatório diagnóstico: a Swift é uma fortaleza em sua estrutura e construção.

Pequenos desajustes, provocados pelo tempo, foram sanados: descupinização, conserto de uma ou outra madeira ou telha, limpeza, enfim. Agora, nossa velha Swift está pronta para encarar o novo desafio, o de sua transformação definitiva em Universidade Livre das Artes, última etapa da luta iniciada há 20 anos. Os primeiros passos neste sentido já estão sendo dados, com espetáculos, festivais, espaço para produções culturais, experimentalismo, workshops, seminários, aulas, etc. E de maneira tão bem sucedida que, de repente, nossa fábrica foi parar em toda a mídia nacional e internacional, por ocasião da terceira edição do Festival Internacional de Teatro, no mês passado.

No próximo dia 26, as primeiras definições para uma parceria com a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) começam a ganhar forma. Tombada e transformada em Universidade Livre das Artes, nossa Swift se credencia ainda mais para receber o que há de vanguarda, inovação em nível de intervenção artística.
Diário da Região - 23/8/2003

A Swift é da Cultura - 3

Fábrica de cultura
 
Ruy Sampaio

Nos dias 2 e 3 deste mês, a Universidade Livre das Artes (ULA) viveu um momento histórico. Mais de mil pessoas acompanharam a formatura dos primeiros alunos dos cursos de artes cênicas, dança contemporânea, linguagem cinematográfica, criação de bonecos e canto para solistas. Muita emoção, arte, criatividade, bom gosto e disposição. Alunos, professores, funcionários da Secretaria Municipal de Cultura, familiares e parceiros realizaram uma grande celebração, tendo como motivo maior a cultura. Tudo isso foi possível graças à iniciativa da administração municipal, por meio da Secretaria de Cultura, em tirar do papel a proposta de transformar o conjunto de prédios da Swift num local para cultivar o conhecimento, a sensibilidade e a arte. No início do ano, o prefeito Edinho Araújo assinou o decreto, criando a Universidade Livre das Artes. A partir desse momento, iniciamos os trabalhos para a adaptação dos prédios e criação dos cursos. Buscamos parcerias. A Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Rio Preto (Faperp) e a Escola de Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP) encamparam a idéia. As duas entidades desenvolveram, juntamente com a Secretaria de Cultura, a grade curricular. Também forneceram os professores.

A transformação física da Swift na Universidade foi um esforço conjunto. Envolveu vários órgãos da administração, como as secretarias de Obras, Finanças, Serviços Gerais, Meio Ambiente, entre outras. Enfrentamos dificuldades e barreiras que pouco a pouco foram vencidas. Desde a aquisição de equipamentos e material didático a cartas anônimas dirigidas à professora Karen Müller, chefe do departamento de Artes Cênicas da ECA, que tinham por objetivo inviabilizar a concretização da Universidade, tivemos de transpor. Não fosse a coragem de Karen e a credibilidade que a Secretaria de Cultura conquistou nos últimos três anos e meio nossos alunos não estariam recebendo hoje seus certificados. No primeiro semestre, 130 alunos completaram os cursos. Jovens, adultos e idosos de Rio Preto e região encontraram na ULA uma resposta para suas expectativas e anseios. Mais 350 estão inscritos para outros sete cursos que serão realizados no segundo semestre.

Professores qualificados — muitos com títulos de doutorado - e ensino gratuito compõem a fórmula do sucesso da Universidade Livre. Investindo na democratização do saber, o governo municipal cumpriu seus compromissos e objetivos. O cidadão, meta da administração, é o grande beneficiário da transformação de um conjunto de prédios abandonados por mais de 20 anos num centro de excelência artística. Desenvolvemos uma política cultural, priorizando a diversidade. Atividades formativas foram propagadas por toda a cidade. A ULA, os Núcleos Municipais de Artes, a Escola Municipal de Artes da Casa de Cultura, o Núcleo de Ensino Musical do Jardim Soraya, o Centro Cultural “Daud Jorge Simão” atenderam milhares de pessoas. Disseminando o saber e oferecendo oportunidade a todos é como entendemos que deve agir o homem público comprometido com a cultura e seus semelhantes.

Diário da Região - 10/7/2004

A Swift é da Cultura - 4


Américas disseminadas
 
Ruy Sampaio

O Festival Internacional de Teatro (FIT) de Rio Preto chega a sua quarta edição. Novamente, a cidade transforma-se na meca do teatro, atraindo artistas, diretores, técnicos, produtores, curadores, jornalistas, pensadores e público de várias partes do País e do Exterior. Recebemos todos de braços abertos e com a responsabilidade de realizar um festival comprometido com a arte, a cultura, a inovação, o experimentalismo, a paixão e o antagonismo. Abrimos mão das fórmulas fáceis que buscam apenas agradar. Não estamos aqui para fazer concessões que desvalorizem a vida. Queremos avançar, criar, inventar, repetir, copiar, acertar e errar. Questionamentos, debates, apresentações, provocações estarão na pauta dos 11 dias do FIT Rio Preto. Este ano, o tema é a América. do Sul, do Norte, Central, Latina. A América que a todos identifica, aproxima e distancia. A América com força para ditar padrões e costumes. A América que resiste à América. A América viva, que valoriza suas origens. A América que se sobrepõe às Américas. A América com sua hegemonia política, militar, econômica e cultural. A América libertária, subversiva e utópica. A América de Pat Olesko, com “Close, Calls and Cunning Stunts”, e a América de José Celso Martinez Corrêa, com “Os Sertões”.

A Universidade Livre das Artes/Swift transforma-se em Canudos. Espetáculos, intervenções, ocupações, performances e instalações. Os sertanejos, do Nordeste e de Rio Preto. O universo dos rodeios do Interior contrapondo-se à Broadway, às metrópoles. O off-Broadway. O Bararena, onde todos se encontram. Onde as trocas se realizam. Para que tudo isso pudesse se concretizar, a Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria de Cultura, entrou em campo no final do ano passado. Renovamos a parceria com o Sesc São Paulo. O prefeito Edinho Araújo envolveu-se pessoalmente. Viajou atrás de apoios. Ampliamos o leque, atraindo Petrobras, Funarte, Secretaria de Estado da Cultura, Nossa Caixa e Fundação Japão. Envolvemos os artistas locais, que nos auxiliaram nas decisões. Procuramos aglutinar em torno do Festival vários segmentos, desde as universidades aos centros sociais dos bairros de Rio Preto. Este ano, teremos apresentações em 30 pontos diferentes da cidade. Serão 62 espetáculos e 130 apresentações. Do Teatro Municipal “Humberto Sinibaldi Neto” a terrenos baldios.

As artes cênicas, música, dança, artes plásticas e visuais, literatura tomarão conta das praças, ruas, mercados, dos palcos da Universidade Livre das Artes, Sesc, Teatro Seta, Teatro Nelson Castro e anfiteatro da Represa. Mais de 150 mil pessoas, novamente, deverão acompanhar o Festival. Para que tudo saia da melhor forma possível, um verdadeiro exército de trabalhadores - artistas, técnicos, funcionários da Prefeitura e Sesc - preparou os espaços cênicos. Mais de 800 pessoas diretamente envolvidas para que a arte mostre sua face. Acreditamos que dessa maneira estamos valorizando a cultura, a arte, expandindo horizontes, investindo no ser humano. Em nome da organização do Festival, desejamos que todos aproveitem ao máximo. Esperamos que esses 11 dias sejam gratificantes e reflitam em nossas vidas positivamente, tornando-nos privilegiados.

Diário da Região - 15/7/2004

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Swift é da Cultura - 5


A arte como celebração da vida
 
Ruy Sampaio


Ao longo dos últimos três anos e meio, mergulhamos no mundo das artes. Convivemos com artistas e apreciadores. Debatemos com críticos, jornalistas, agentes culturais e palpiteiros. E podemos dizer que a arte nada mais é que a celebração da vida. Por meio da música, da dança, da representação, da escrita, da criação estamos sempre falando da vida, dos conflitos e da convivência humana. Ressaltando o belo, criticando a injustiça, pulsando e muitas vezes não se conformando com o estabelecido. 

A arte tem esse poder de festejar e revolucionar. Em Rio Preto, vivemos um período rico em idéias, discussões e realizações artísticas. Se não prestarmos atenção, ele passa desapercebido. Começamos essa reflexão pelas artes cênicas. Em 2001, o espetáculo “Les Bonnes”, apresentado no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, com Ismael Ivo, Koffi Kôko, Zya Azazi e Yoshi Oida, tentava uma nova leitura coreográfica do teatro de Jean Genet. O espetáculo procurava juntar o trabalho do grupo a um teatro que une o homem ao universo. Nesse mesmo ano, Yoshi Oida se inspirava em suas experiências espirituais do budismo zen e no trabalho de Grotowski e Peter Brook para apresentar suas “Interrogações”. Experiências compartilhadas com os artistas rio-pretenses por meio de oficina.

Ainda em 2001, as meninas do Grupo Desafio, de Rio Preto, com a peça “As Lavadeiras”, discutiam o universo nordestino, seus costumes e crenças, chamando a atenção da mídia nacional. A alemã Angie Hiesl parou o centro da cidade com a instalação performática “gente-cadeira” e os mexicanos da Cia Los Voladores de Papantla invocavam o Deus do Vento à margem da Represa Municipal. José Celso Martinez fazia sua primeira expedição nos “Sertões”, de Euclides da Cunha. O público, por sua vez, discutia filosofia e filósofos, no Não-Lugar. Shakespeare, Padre Vieira, Plínio Marcos, Brecht e Nelson Rodrigues tinham suas idéias expostas dentro de cabines de 1,20 X 2,00m. 


A arte se propagava pela cidade. No ano seguinte, Jan Fabre fazia suas provocações em Rio Preto. A dançarina da Islândia Erna Omarsdottir divida o palco com três corpos de cachorros em “My movements are alone like streetdogs”, depois de receber elogios da crítica européia presente em Avignon. “Minha única função é perpetrar o amor, outra vez, outra vez...”, dizia Els Deceukelier em “She was and she is, even”. Monólogo sobre uma noiva desesperada, amarrada firmemente em um impenetrável vestido. 2002 foi o ano dos australianos do The Fields ganharem as alturas. Seqüências oníricas num balé aéreo encantaram e trouxeram magia para todos. Os russos do Derevo apresentaram o seu conto de fadas surrealista em “Once”.

A cidade entrou em contato com a loucura de Antonin Artaud interpretada pelos atores rio-pretenses nos bairros periféricos. Na seqüência, tivemos “Cartas de Rodez”, peça baseada nas correspondências do dramaturgo com seu psiquiatra. “Hysteria” mostrava os desvios e contradições de cinco personagens num hospício carioca feminino. Bispo” explora o mundo místico de Arthur Bispo do Rosário. Obras inacabadas como “Woyzeck”, de Georg Büchner, e “O Homem e o Cão”, proposta teatral que discutia a relação do homem com o cão, de Luis Melo, vivenciaram seus processos na terra de São José. 


Enquanto isso, José Celso fazia sua segunda expedição nos “Sertões”. Em 2003, a utopia era a palavra de ordem. Os países, ditos periféricos, mostraram sua cara. A opereta apocalíptica dos argentinos de “La última noche de la humanidad” fez uma reflexão sobre a guerra, a violência e a morte. Os equatorianos de “Nuestra Señora de las Nubes’ descobrem a solidão longe de sua terra. Já os indianos de “Make-up” mostram que as estrelas cinematográficas de “Bollywood” fazem parte do imaginário da Índia atual. A trilogia da Vertigem provoca impacto. Em “O livro de Jó” um homem justo é provado em seu próprio corpo numa ampla discussão teológica. “Paraíso Perdido” abriu as portas da Basílica para o clássico poema de John Milton. O público acompanhou o anjo caído e sua viagem após a expulsão do Éden. O texto tem poemas de Jorge Luis Borges, Vicente Huidobro, Rilke e T.S. Eliot. O Cadeião se transforma em Nova Jerusalém em “Apocalipse 1.11” . João acompanha o julgamento da humanidade na virada do milênio.

A Swift é transmutada em Lugar-nenhum atraindo milhares de pessoas em busca de saber, entretenimento e arte. A antiga fábrica de óleo de algodão pulsa mais viva do que nunca. Suas formas compõem o cenário místico onde idéias não param de surgir. O mundo descobre o rio Preto e sua gente. Julho de 2004, a Swift se transforma novamente, e surge o arraial de Canudos. Antônio Conselheiro comanda os insurgentes. O povo luta pela liberdade, contra a miséria e a arrogância dos poderosos. Estudantes redescobrem o Brasil, suas origens. Em quatro dias, uma aula que se levaria anos para receber nos bancos escolares. José Celso finalmente apresenta “A Terra”, “O Homem” e “A Luta”. Uma experiência única que ficará para sempre na memória do público. “Agreste”, “A Procissão”, “As Bastianas”, “Sertões” se contrapondo à América do Norte. Os Sátyros e “O Banquete” provocando platéias e o Lume brindando a todos com a estética de “Shi-zen, 7 Cuias”. Tivemos Hamlet japonês e “Tito Andrônico” colombiano, mas julho foi mesmo do Zé. Não foi só isso.

Nossos janeiros ficaram mais divertidos com palhaços, mímicos e artistas que sabem fazer os outros rir. Do cotidiano, do ridículo, da estupidez, do amor, da paixão, do desprezo, do imponderável, do óbvio, enfim, da vida e até da morte. De uma forma ou de outra acreditamos que todos foram tocados pelas artes, pelas idéias. O morador de Rio Preto tropeçou na Cultura a todo instante. Se deparou com a estética terceiro-mundista, carnavalesca e alucinante de José Celso e seu “foder”. Com o mundo sombrio e gestos robotizados do novo teatro japonês. Com movimentos suaves do Butô. Com as técnicas precisas e a mímica dos russos. Com o gingado, sentimentalismo e desprendimento que traduzem nossa brasilidade. Com a racionalidade e frieza européia. Ruas e praças fervilharam num mosaico formado por artistas de todas as partes e tendências. Foi um grande salto. Temos certeza que estamos contribuindo para formamos um novo pensamento, arejado, liberto dos preconceitos, solidário, humano, fraterno, onde todos nos igualamos na celebração da vida.

Diário da Região - 18/8/2004

Garoto-propaganda

Fonte: Gazeta do Povo

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Rio Preto ganha um novo lava motos




Rio Preto acaba de ganhar um novo lava motos. O Evolução Lava Motos, do Ricardo (apelido Boca e filho do Rocha), fica na rua Demétrio Elias Cabbaz, 181, bairro Felicidade,  próximo do Bosque Municipal. Mais informações (17) 9151-1672.

O Ricardo tem experiências anteriores em lavar motos. O preço baixo e o prazo de entrega rápido, são seus compromissos.“Gostei e recomendo. E olha que eu sou chato para isso”, Patoloco.

No Dia dos Namorados tem rally de casais


No dia 12 de julho, acontece em Rio Preto o Rally de Casais. São 40 quilômetros de prova por trilhas bem tranqüilas. Para participar, cada carro ou motocicleta tem de ter um homem e uma mulher. Qualquer um dos dois pode dirigir ou navegar. São três categorias para carros e três para motos, com piloto e garupa.

A largada será no Auto Posto Luna, na avenida Alfredo Folchini, 150, Vila Toninho. Na chegada, está previsto um almoço para os participantes.

A apuração será por GPS e as inscrições são limitadas em 50 participantes. Mais informações: (17) 9113-0588.