terça-feira, 1 de junho de 2010

As musas que fizeram nossas cabeças tinham atitude


Noite dessas, acordei e liguei o TCA. Estava passando Emanuelle, com a francesa Sylvia Kristel. Continuava linda. Sylvia Kristel era o sonho de consumo de todo adolescente na década de 70. Linda, sensual, ousada. Eram anos de censura. Conseguir uma foto nua dela, para um garoto, era uma missão quase que impossível. Veio a abertura e o fim da censura. Nos anos 80, Emanuelle mexeu com as nossas cabeças. Transou de tudo quanto foi forma e, em francês. Fez sexo até no banheiro do avião.

Outra que bagunçou nossas cabeças foi Corinne Clery. Nunca tínhamos ouvido falar em sadomasoquismo. Ela está maravilhosa em A História de O. Começa masoquista e termina sádica. As cenas ficaram gravadas em nossa memória.

E para completar esse trio, outra francesa, Maria Schneider, que ao lado de Marlon Brando, arrasou em O Último Tango em Paris. Naquela época, os ricos iam para a França assistir o filme. Era super “in” chegar nas rodas sociais e falar das cenas do filme. Quando foi liberado no Brasil, lotou os cinemas. Hoje, passa dia sim dia não no Telecine e os adolescentes não estão nem aí.

Sylvia Kristel, Corinne Clery, Maria Schneider…






Tivemos também as brasileiras. Nicole Puzzi, com ar de garota inocente, barbarizava nas cenas de sexo. Como era sapeca. Monique Evans, linda com o cabelo rapado e as tatuagens espalhadas pelo corpo. Isso, numa época que os desenhos na pele não tinham caído na mesmice. Rose de Primo, a musa do século. Doris Giesse, a loira platinada. E tantas outras. Uma mais linda que a outra. Naquela época para ser musa tinha de ter atitude. E isso elas tinham. Escandalizavam. Os playboys faziam de tudo para namorá-las.

Hoje, os tempos são outros. Basta ter um bundão, um peitão siliconado e aparecer num programa de TV para candidatar-se a musa. Nenhuma fica, todas se diluem. Não conseguem atingir os 15 minutos de fama. Dois minutos bastam.