RIO-PRETENSES ENSAIAM NO FACE A “MARCHA DAS VADIAS”
Maria Stella Calças
Se depender do entusiasmo de um grupo de mulheres que se
organizam no Facebook, a avenida Alberto Andaló, em Rio Preto, será palco de um
protesto contra o machismo e o abuso sexual: a “Marcha das Vadias”, movimento
que começou no Canadá, em abril de 2011, e ganhou outras cidades.
“Queremos fazer na avenida Andaló, mas ainda é algo a ser
estudado”, explica Letícia Romania Fernandes, 21 anos, estudante, que é uma das
líderes do movimento, que fez ontem a primeira reunião com outras entusiastas
da ideia, a maioria integrante do grupo de 400 pessoas adicionadas na rede
social.
Em reunião na Unesp, ficou decidido que a marcha acontecerá
dia 28 de julho, um sábado, com saída ao meio-dia da praça Rui Barbosa. Os
manifestantes devem andar pelo centro da cidade e principais avenidas.
Fonte: Diarioweb
TEMPOS OUSADOS
Em junho de 2006, fui procurado por representantes do
movimento GLSBT
(Gays, Lésbicas, Simpatizantes, Bissexuais e Travestis), de Rio Preto. Na
época, havia deixado a secretaria de Cultura para assumir a secretaria de
Comunicação. Eles me solicitaram autorização para instalar uma bandeira-símbolo
do movimento no prédio da Prefeitura de Rio Preto, medindo 10 metros de largura
por 20 metros de comprimento. O objetivo
era divulgar a 6ª Parada GLSBT da cidade, que naquele ano reuniria aproximadamente
30 mil pessoas.
Fui ao prefeito Edinho Araújo com o pedido. A autorização
foi dada, depois de uma intensa negociação. Vale lembrar que Edinho é evangélico.
Além disso, enfrentamos muita resistência por parte das alas mais conservadoras
do governo. Prevaleceu o espírito democrático do prefeito.
A bandeira foi instalada na sede do Poder Público
Municipal de Rio Preto e ficou lá por um mês. Podia ser vista do início da
avenida Andaló.
Eram tempos ousados.
Hoje, a cidade parece estar mais careta,
Marcha da Vadias, à luta.