Sobre a crise de 1929, eu só li em livros. Não senti. Agora que estamos vivendo essa crise no dia a dia, tudo é bem diferente. Ela parece bem mais abrangente e assustadora.
Assim como há 80 anos, são os EUA que estão no centro desse "tornado".
O novo governo arregaçou as mangas e tenta de maneira bastante ousada enfrentar esse problema, gastando quase duas vezes mais do que espera arrecadar em impostos no próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro e vai até 30 de setembro de 2010.Vai ser um rombo razoável de quase US$ 2 trilhões.
O pacote inclui entre outros itens, aumento dos impostos sobre os solteiros que ganham mais de US$ 200 mil/ano e casais com rendimentos acima de US$ 250 mil. Existe ainda a promessa de se colocar mais US$ 1 trilhão no cerne crise: o sistema financeiro.
O governo espera um equilíbrio nas contas públicas só daqui a 4 anos. Mas para isso o país tem que voltar a crescer já em 2010. Hoje todos os indicadores tanto nos EUA como nas economias mais importantes do mundo indicam o sentido contrário.
A economia dos EUA e a economia global cresceram nos últimos 5 anos graças à maior expansão de crédito que o mundo já viu. A crise atual é a conta dessa farra.É uma crise de endividamento: das famílias, das empresas e dos bancos.
O governo Obama, sem alternativa, aposta em pisar fundo no acelerador dos gastos. E se a aposta der errado, vai aumentar a lista dos endividados. Acrescenta-se o Estado. E aí? A quem recorrer?
Texto de Héstia Maciel