Rio Preto tem 4,6 mil moradores nessas condições. Em Fernandópolis, são 3,8 mil. Em Olímpia, mais 2,8 mil. Na cidade de Jales, existem 1.920 pessoas nessas condições e, em Mirassol, são 1 mil.
O que chama atenção na notícia é a região onde essas pessoas vivem: no Noroeste do Estado de São Paulo. Não estamos falando do Norte ou Nordeste brasileiro, mas de uma das regiões do Estado mais rico da federação, da “Califórnia brasileira”.
Isso demonstra que o Brasil ainda precisa avançar muito rumo ao desenvolvimento econômico e social. Programas de combate à fome são importantes. O ex-presidente Lula sempre disse: “Somente quem já passou fome sabe o quanto significa uma cesta básica, um prato de comida”. Porém, para um País que quer estar entre as maiores economias do mundo, um prato de comida é muito pouco.
Nosso maior problema, apesar dos avanços, ainda é a injustiça social. Precisamos de um programa de redistribuição de renda mais justo. Precisamos combater a ganância de poucos em detrimento de muitos. A reforma agrária no País é assunto fora de moda. Nunca saiu do papel. A migração do homem do campo só aumentou os bolsões de miséria nas periferias das cidades.
Os governos, muitas vezes, não sabem como enfrentar essa situação e partem para o assistencialismo. O que as pessoas precisam é de cidadania. Ou seja, de emprego, educação, saúde e condições dignas de sobrevivência. Neste momento, discute-se, no Congresso Nacional, a Reforma Tributária e Trabalhista. Mas é só discussão e poucos políticos estão realmente interessados.
As iniciativas necessárias para estimular o emprego, para gerar rendas, desonerar o empreendedor, aliviar o cidadão continuam emperradas. O Estado continua perdulário. A máquina administrativa, pesada. Ou começamos a enfrentar esse problema de frente, encontrar caminhos para o desenvolvimento, ou a balela da Califórnia fica cada dia mais desmascarada.
Jornal Bom Dia 7/5/2011