segunda-feira, 4 de março de 2013

Crise das Santas Casas domina Assembleia da AMA

Prefeito de Votuporanga, Juninho Marão 


Prefeito de Votuporanga, Juninho Marão, disse que, se repasses do SUS não forem revistos, dia 8 de abril acontecerá a paralisação das cirurgias eletivas

A crise financeira na Saúde que atinge os municípios e especificamente as Santas Casas dominou o debate na Assembleia Geral Extraordinária realizada pela AMA – Associação dos Municípios da Araraquarense, hoje, no período da manhã. “O problema é grave e as prefeituras não têm mais de onde tirar dinheiro para cobrir o déficit das Santas Casas. Como são hospitais filantrópicos, elas dependem dos repasses do SUS – Sistema Único de Saúde para cobrir os procedimentos hospitalares. A tabela do SUS está congelada há 10 anos e, se as prefeituras não injetarem dinheiro, as Santas Casas param de atender”, declarou o prefeito de Votuporanga, Juninho Marão.

De acordo com Juninho, atualmente, o Governo Federal repassa em torno de 60% a 65% daquilo que custa o procedimento hospitalar. “O restante é completado pelas prefeituras, que deixam de aplicar em outras áreas da administração para priorizar a Saúde”, disse.

Segundo a Emenda Constitucional 29, os municípios precisam investir 15% de sua receita em Saúde. “A maioria dos municípios aplica muito mais, de 25 a 30%, comprometendo o seu orçamento. Nos pequenos municípios, os únicos hospitais são as Santas Casas e o recurso repassado pelo Governo Federal não atende às Santas Casas”, explicou Marão.

Ainda segundo Juninho, se não houver reajuste na Tabela SUS, no próximo dia 8 de abril, as Santas Casas irão paralisar as cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que podem ser agendadas, pois não precisam ser realizadas em caráter de urgência.

Após a fala de Juninho, o presidente da AMA, Geninho Zuliani, prefeito de Olímpia, disse que a entidade irá se engajar no movimento para ajudar a colher 1,4 milhão de assinaturas, para um projeto de lei de iniciativa popular, visando alterar a Lei 141/2012, que regulamenta a Emenda Constitucional 29. Ela prevê que a União aplique por ano montante igual ou superior a 10% de suas receitas correntes brutas (RCB) em ações e serviços públicos de Saúde. O projeto prevê R$ 35 bilhões a mais por ano para o SUS, o que aliviaria a situação dos municípios.

Na próxima quarta-feira (6/3), Zuliani reúne-se com o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho, que já participa das discussões sobre o assunto, para que se engaje ao lado da AMA no movimento em defesa das Santas Casas.  “Também vamos procurar os deputados que representam nossa região. Todos precisam comprar essa causa.”

Atualmente, pode ser obtido pelo site www.peticaopublica.com.br  o modelo de abaixo-assinado para a coleta das assinaturas que serão encaminhadas para alterar a Emenda Constitucional 29.