sábado, 12 de março de 2011

Trilhos assassinos

E vem campanha eleitoral e vai campanha eleitoral, o assunto sempre volta à tona. A retirada dos trilhos de trem que cortam a cidade de Rio Preto ou sua desativação. São propostas para o contorno ferroviário que não acabam mais. Passado o período eleitoral, o assunto morre.

Morrem também muitas vítimas de acidentes nos trilhos. Nesta semana, foi o professor Silvio Pereira, de 43 anos, que morreu quinta-feira, por volta das 6 horas da manhã, ao atravessar de carro a linha de trem no bairro Vitória-régia, em frente à escola Renascer, onde trabalhava. O educador morreu no local.

Até quando as autoridades rio-pretenses vão ficar discutindo o assunto sem tomar qualquer iniciativa concreta para resolver o problema? Quantos professores precisarão morrer para que se faça alguma coisa? É estudo para cá. É estudo para lá e nada. Os trilhos continuam tumultuando o trânsito, provocando congestionamentos e matando rio-pretenses.

Não existe justificativa para que os trilhos continuem passando dentro da cidade. Os trens de passageiros foram desativados. O destino da estação ferroviária -- que se deteriora dia a dia -- é virar museu e o tal metrô de superfície é mais uma ideia que não resolve o problema da segurança.

Quando há vontade política e determinação, as propostas saem do papel. Um exemplo é a cidade de Araçatuba que fez a retirada dos trilhos que cortavam a cidade. No início da atual administração, falava-se na retirada dos trilhos e na revitalização dos imóveis localizado ao longo do atual trajeto ferroviário. Citava-se como exemplo Porto Madero, em Buenos Aires, e a cidade de Belém, no Pará. Passaram-se dois anos e os trilhos estão lá, quase firmes e quase fortes.

* Artigo publicado no jornal Bom Dia - 12/3/2011