terça-feira, 7 de junho de 2011

A Swift é da Cultura - 4


Américas disseminadas
 
Ruy Sampaio

O Festival Internacional de Teatro (FIT) de Rio Preto chega a sua quarta edição. Novamente, a cidade transforma-se na meca do teatro, atraindo artistas, diretores, técnicos, produtores, curadores, jornalistas, pensadores e público de várias partes do País e do Exterior. Recebemos todos de braços abertos e com a responsabilidade de realizar um festival comprometido com a arte, a cultura, a inovação, o experimentalismo, a paixão e o antagonismo. Abrimos mão das fórmulas fáceis que buscam apenas agradar. Não estamos aqui para fazer concessões que desvalorizem a vida. Queremos avançar, criar, inventar, repetir, copiar, acertar e errar. Questionamentos, debates, apresentações, provocações estarão na pauta dos 11 dias do FIT Rio Preto. Este ano, o tema é a América. do Sul, do Norte, Central, Latina. A América que a todos identifica, aproxima e distancia. A América com força para ditar padrões e costumes. A América que resiste à América. A América viva, que valoriza suas origens. A América que se sobrepõe às Américas. A América com sua hegemonia política, militar, econômica e cultural. A América libertária, subversiva e utópica. A América de Pat Olesko, com “Close, Calls and Cunning Stunts”, e a América de José Celso Martinez Corrêa, com “Os Sertões”.

A Universidade Livre das Artes/Swift transforma-se em Canudos. Espetáculos, intervenções, ocupações, performances e instalações. Os sertanejos, do Nordeste e de Rio Preto. O universo dos rodeios do Interior contrapondo-se à Broadway, às metrópoles. O off-Broadway. O Bararena, onde todos se encontram. Onde as trocas se realizam. Para que tudo isso pudesse se concretizar, a Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria de Cultura, entrou em campo no final do ano passado. Renovamos a parceria com o Sesc São Paulo. O prefeito Edinho Araújo envolveu-se pessoalmente. Viajou atrás de apoios. Ampliamos o leque, atraindo Petrobras, Funarte, Secretaria de Estado da Cultura, Nossa Caixa e Fundação Japão. Envolvemos os artistas locais, que nos auxiliaram nas decisões. Procuramos aglutinar em torno do Festival vários segmentos, desde as universidades aos centros sociais dos bairros de Rio Preto. Este ano, teremos apresentações em 30 pontos diferentes da cidade. Serão 62 espetáculos e 130 apresentações. Do Teatro Municipal “Humberto Sinibaldi Neto” a terrenos baldios.

As artes cênicas, música, dança, artes plásticas e visuais, literatura tomarão conta das praças, ruas, mercados, dos palcos da Universidade Livre das Artes, Sesc, Teatro Seta, Teatro Nelson Castro e anfiteatro da Represa. Mais de 150 mil pessoas, novamente, deverão acompanhar o Festival. Para que tudo saia da melhor forma possível, um verdadeiro exército de trabalhadores - artistas, técnicos, funcionários da Prefeitura e Sesc - preparou os espaços cênicos. Mais de 800 pessoas diretamente envolvidas para que a arte mostre sua face. Acreditamos que dessa maneira estamos valorizando a cultura, a arte, expandindo horizontes, investindo no ser humano. Em nome da organização do Festival, desejamos que todos aproveitem ao máximo. Esperamos que esses 11 dias sejam gratificantes e reflitam em nossas vidas positivamente, tornando-nos privilegiados.

Diário da Região - 15/7/2004