Em Rio Preto, a disputa para uma vaga na Câmara dos Deputados vai se transformar numa verdadeira briga de foices. Há um excesso de candidatos e todos bons de voto. Rodrigo Garcia, Vaz de Lima, Edinho Araújo, Manoel Antunes, Eleuses Paiva, Vadão Gomes, João Dado, Régis de Oliveira e Júlio Semeghini já anunciaram suas candidaturas. Com 277 mil votos, a cidade sozinha não deverá eleger ninguém. Os votos irão se pulverizar e alguém vai dançar. Quem não buscar votos em outras cidades está praticamente fora do jogo. Dentro dessa lógica, Rodrigo Garcia e Vaz de Lima, que não tem perfis de deputados distritais, levam certa vantagem.
Para dificultar ainda mais a disputa, Rio Preto que até ontem não tinha representante em Brasília, acaba de ganhar um. Eleuses Paiva, 5º suplente do DEM, assume como deputado federal e se transforma em mais um complicador para as eleições de 2010. No poder, sua chance de reeleição aumenta.
Vamos analisar as chances de cada um. Rodrigo Garcia (DEM) fez 196.824 votos na última eleição para deputado estadual. Votação que o credencia para uma disputa a deputado federal. Atualmente, é secretário de Modernização, Gestão e
Desburocratização da cidade de São Paulo. Tem um importante cabo eleitoral, o prefeito Gilberto Kassab, com quem sempre dobrou nas campanhas anteriores.
Vaz de Lima (PSDB) foi eleito deputado estadual com 142.903 votos. Acaba de deixar a presidência da Assembléia Legislativa e é um nome forte entre os tucanos para uma disputa na Câmara dos Deputados. Sempre obteve uma boa votação em Rio Preto, além de ter votos em todo o Estado.
Assim como Vaz de Lima, o tucano Júlio Semeghini, ligado ao setor de tecnologia da informação, vem de uma boa votação em 2006, quando obteve 160.962 votos. Suas chances aumentam se o candidato a governador for Geraldo Alckmin. É homem de confiança do ex-governador a quem foi leal na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O ex-prefeito Edinho Araújo (PMDB), hoje presidente da Codasp – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo, é outro nome forte. Obteve 104.709 votos no segundo turno das eleições de 2004, quando foi reeleito prefeito de Rio Preto. Em 1998, quando disputou sua ultima eleição para deputado federal foi eleito com 70.393 votos. Para ser eleito, Edinho precisará ampliar sua votação. Michel Temer quase ficou de fora da Câmara com seus 99.046 votos, em 2006. Para se eleger, Edinho precisará de aproximadamente 120 mil votos.
Manoel Antunes também precisará ampliar a votação ou entrar num partido que viabilize sua eleição. Em 2006, fez 64.050 votos e não foi eleito. Atualmente, analisa propostas do PT e PV. No PT, a situação é mais complicada. Vicentinho, a rapa do tacho do partido, foi eleito com 97.477 votos. Já Dr. Nechor, do PV, foi eleito com 42.173 votos. Cacau Lopes, presidente da sigla em Rio Preto, tem insistido para que Antunes entre no partido. Enquanto não se decide, outros vão ocupando o espaço. Tirso Meirelles, filho do doutor Fábio Meirelles, da Faesp, está entrando no PV. Na última eleição fez 38.621 votos. O rapaz que frequenta a sociedade e colunas sociais de Rio Preto, conta com o apoio dos ruralistas e em Rio Preto já tem cabo eleitoral, o presidente do Sindicato Rural, Sergio Expressão. Tirso começa a se aproximar de Cacau Lopes, que fez aproximadamente 13 mil votos na última eleição, para quem sabe fazer uma dobrada.
Eleuses Paiva (DEM) fez 79.716 votos na última eleição. Dizem que investiu pesado e agora com a possibilidade de reeleição deve continuar na mesma toada e com o apoio de setores da classe médica.
Vadão Gomes (PP) teve dificuldade na última eleição, quando fez 78.728 votos. Foi beneficiado pela votação de Paulo Maluf, 739 mil votos, e conseguiu seu quarto mandato. Vem enfrentando dificuldades em suas empresas e isso pode interferir na campanha do ano que vem. Mesmo assim, continua sendo um candidato forte. Em Rio Preto, o PP ocupa duas secretarias no governo de Valdomiro Lopes, Paulo Pauléra, nos Serviços Gerais, e Marinho da Casa das Bombas, Esporte. Os dois apoiam Vadão.
Beliscando votos em Rio Preto ainda temos João Dado (PDT), deputado eleito com 61.716 votos, e Régis de Oliveira (PSC), eleito com 48.749 votos. Régis tem uma base eleitoral em Rio Preto e entre seus apoiadores está o delegado Renato Pupo, que fez 3.032 votos para vereador . O partido fez mais de 5 mil votos na cidade.
Não vai ser fácil para ninguém. E não vamos nos esquecer que em eleição para o Legislativo, tanto federal quanto estadual, chove paraquedista.