Gerrah Tenfuss está no elenco de Território Banal |
Francine Moreno
No Festival Internacional de Teatro de Rio Preto, tem quem
queira discutir o universo do próprio teatro. A responsável pelo questionamento
é a Cia. Azul Celeste, de Rio Preto, liderada por Jorge Vermelho. O grupo
apresenta “Território Banal”, espetáculo que levanta discussões sobre qual a
função do artista e como o processo pode apontar o abismo existente entre
discurso e prática.
Lançado em setembro do ano passado, o espetáculo tem texto
com abordagem metalinguística assinado pela paulistana Marici Salomão. A atriz
e diretora Georgette Fadel integra a ficha técnica como “provocadora” do
espetáculo. Seu papel foi estimular o grupo a fazer perguntas sobre a própria
condição de artistas. O elenco é formado por Gerrah Tenfuss, Kelly Simão, Pedro Gabriel Torres e Ronaldo
Celeguini.
“Território Banal” é o 21º espetáculo do currículo da Azul
Celeste e fala de uma personagem que precisa comunicar o cancelamento de uma
estreia devido a conflitos que envolvem elenco, diretor e técnicos. A partir da
personagem, o espetáculo fala sobre o papel do artista, os bastidores, a arte
teatral, a hipocrisia e a vida humana”. O trabalho é uma reflexão sobre o fazer
artístico ”, define Vermelho.
Circulação
“Território Banal” inicia hoje uma circulação pelo nordeste,
válida pelo agenda do Prêmio Myriam Muniz, da Funarte. O espetáculo será
encenado gratuitamente em cidades como Santo Amaro da Purificação, Camaçari e
Salvador, na Bahia, e Estância, Tobias Barreto e Aracaju, em Sergipe.
Paralelo às apresentações, haverá oficinas de técnicas
vocais, ministradas por Vermelho. A circulação pelo Myriam Muniz vai durar 18
dias. Nos próximos meses, o espetáculo passa por cidades de Minas Gerais e São
Paulo.
Serviço - Festival Internacional de Teatro (FIT) de Rio
Preto. De 4 a 14 de julho. Informações pelo site www.festivalriopreto.com.br .
Território Banal
Porque ver - O diferencial do trabalho é a forma como o
artista se posiciona diante da sua própria arte. No palco, o ator não está
representando um personagem, mas colocando em cena a sua vontade e
questionamento sobre a forma de fazer e o que fazer com a arte. É umato
performático, em que o um grupo de artistas questiona a própria criação
artística e defende uma ideia.
Ponto forte - O trabalho deve agradar o público do FIT, que
está disposto a ver novas possibilidades de fazer teatro. O objetivo do
espetáculo não é passar uma mensagem, mas tem a função de estimular e tentar
fazer perguntas sobre a própria condição de artistas.
Fonte: Diarioweb