quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jornalistas em guerra no noroeste do Estado de São Paulo


ASSEMBLEIA DE RATIFICAÇÃO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO NOROESTE PAULISTA

Aos amigos jornalistas e colegas de profissão

O dia 3 de maio de 2012, quinta-feira, as 18 horas, no auditório da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, será uma data muito importante para todos nós jornalistas rio-pretenses e de toda a região que querem um sindicato que, de fato, represente os anseios e interesses da categoria.

Nessa oportunidade, vamos ratificar a vontade dos jornalistas de Rio Preto e da região, já externada na assembleia de criação do dia 15 de abril, e em relação à necessidade que temos de um sindicato de verdade.

Por isso é que os jornalistas desta região se mobilizam na construção do Sindicato dos Jornalistas da Noroeste Paulista (com quase 100 cidades e com a sede em São José do Rio Preto). O compromisso é de fato com a categoria no interior do Estado, garantindo os direitos e as prerrogativas constitucionais da profissão.

Estamos fartos de apenas ser quorum às decisões do Sindicato de São Paulo, o qual, aliás, sequer consegue resolver os problemas nas redações da Capital. Estamos fartos de ver o patronato grassar com mazelas e desrespeito aos direitos dos jornalistas e não ver qualquer atuação da Regional do Sindicato de SP.

Há duas semanas, por exemplo, vários colegas nossos foram demitidos da emissora SBT e a Regional do Sindicato de SP sequer divulgou o acontecimento, quanto mais se manifestou a respeito e em defesa dos colegas demitidos.

Em relação a este fato, para ficar nesse exemplo, o pior é que o Sindicato de SP tem diretor dentro da emissora, mas, como é chefe (um preposto da empresa) - o que é um absurdo, pois, os representantes da base não podem ser cargo de confiança da empresa - não se manifestou publicamente.

Aliás, não apenas nessa emissora há "sindicalista" (entre aspas mesmo) porque, na realidade é representante da empresa na redação. A atual Regional do Sindicato de SP, é composta, basicamente, por representantes do patrão. E isso é um absurdo!

E há outras tantas coisas acontecendo, como, por exemplo, a transformação de colegas que são empregados em PJ (pessoa jurídica) para burlar seus direitos como férias, 13.o salário, FGTS, Previdência, dentre outros. As empresas sonegam não apenas os direitos dos trabalhadores, mas, também da comunidade, pois, deixam de recolher impostos que, em tese, viriam beneficiar os cidadãos.

Em algumas redações de Rio Preto, a jornada de trabalho é extenuante e não são pagas horas extras. Nossos colegas são multi-tarefeiros, exercendo várias funções e ganhando salário cada vez mais reduzido. E onde é que está o Sindicato de SP?

Tem muito mais problemas ocorrendo nas redações de Rio Preto e região e o que a Regional do Sindicato de SP faz? NADA! Nem competência para compor a diretoria com jornalistas da base (que não sejam prepostos, chefes, gerentes...) da empresa. Ao contrário, a Regional do Sindicato de SP tem vários prepostos do patrão.

Sindicato, por essência, têm que ser o espaço dos trabalhadores da base e de sua organização para resistir aos ataques e mazelas da relação de trabalho. Assim, urge que possamos ter um sindicato de trabalhadores!

Infelizmente, o Sindicato de SP, que apenas arrecada recursos dos jornalistas de nossa região, quer inverter as críticas, divulgando mentiras sobre a organização do sindicato regional - porque a atual direção não consegue agregar e sequer minimizar os problemas por todo o Estado. Por isso, denigre a imagem dos colegas que lideram a organização à criação do Sindicato Regional.

Hoje, qualquer um de nós que têm problemas na relação de trabalho (por causa da exploração, descumprimento de convenção coletiva, etc) não encontra na Regional do Sindicato de SP sequer o suporte de um advogado. Toda e qualquer demanda feita aqui é ignorada.

O Sindicato de SP só lembra que tem sindicalizados na região em época de eleição, quando desloca grande contingente de diretores para pedir votos, mas, depois nos esquece. Cansamos.

Por isso, será importante a sua presença na assembleia de ratificação de nosso Sindicato. A legislação está do nosso lado, pois, nem Justiça, tampouco Estado (Nação) podem interferir no direito de organização dos trabalhadores. Vamos, todos, exercer o direito de luta e de conquista para o conjunto dos jornalistas.

Assim, mais do que nunca, é importante participarmos da criação do Sindicato dos Jornalistas do Noroeste Paulista, para nos proteger dos constantes ataques às nossas condições de trabalho, salário e até mesmo de vida. Precisamos, com urgência, criar uma estrutura que possa garantir as conquistas e também novas e melhores.

Venha ajudar na construção de um sindicato de verdade e comprometido com as lutas dos jornalistas do interior.

Comissão Organizadora
São José do Rio Preto



Nota do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

A TENTATIVA DE CRIAÇÃO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO NOROESTE PAULISTA É UMA FARSA!


Em assembleia no dia 11 de abril, realizada às escondidas em uma noite de domingo, chamada por um edital sem assinatura e em desacordo com as normas legais, oito pessoas resolveram criar um sindicato local e, como sequer conseguiram reunir número suficiente de participantes para compor uma diretoria, vão tentar remediar a situação realizando, em 3 de maio, às 18 horas, no auditório da Câmara Municipal de São José do Rio Preto uma nova reunião.

Esse grupo de aventureiros tentará contornar a legislação e arrumar o mal feito. A assembleia de fundação foi considerada nula de direito pelo juiz federal da  3ª Vara do Trabalho de São José do Rio Preto que concedeu liminar neste sentido. Mas, mesmo assim, o grupo divisionista pretende “tapar” os buracos deixados no último encontro e remontar o tal sindicato. A iniciativa não irá prosperar pois sua origem está legalmente viciada.

Em que pese a importância desse esclarecimento legal, é essencial que se demonstre que as consequências deste ato serão profundamente negativas para toda a categoria e, principalmente, para os jornalistas da região.

O que não está sendo dito pelos aventureiros é que não se está criando uma nova entidade, mas sim desmembrando o atual Sindicato. Isso significa – na hipótese de sua fundação – que todos os direitos atuais, conquistados em anos de mobilização em todo o Estado não terão validade na região. Isso trará um grande prejuízo aos trabalhadores.

Piso salarial, reajuste anual, data base, PLR, direitos sociais não estão previstos em lei, foram conquistas do Sindicato dos Jornalistas. A nova entidade não vai garantir nada disso. Tudo terá que ser negociado a partir do zero. Um outro sindicato não vai “herdar” nada do atual.

Além disso, não existe sindicato patronal do noroeste paulista. Qualquer acordo terá que ser feito com o sindicato estadual que tem sede na capital. Além do mais, várias empresas são de âmbito estadual e mesmo nacional. O próprio diálogo fica prejudicado e a dificuldade para a negociação aumenta ainda mais.

As considerações no campo legal e sindical já são suficientes para demonstrar o quanto a iniciativa é absurda e fadada ao fracasso, mas, infelizmente, a iniciativa ainda tem mais um fator negativo a pesar sobre ela: os motivos escusos dos que estão por trás dessa idéia.

A “presidenta” do suposto sindicato alega que a inoperância da direção sindical fomentou a divisão. Mas o absurdo é que ela mesma foi a responsável, nos últimos seis anos, por toda e qualquer ação do Sindicato dos Jornalistas na região. Portanto, a paralisação local da entidade se deve, exclusivamente, à sua inércia. Seu isolamento foi tão claro que ela não integrou nenhuma das chapas que concorreram às eleições de 27, 28 e 29 de março passado e a última vez que pagou sua mensalidade sindical foi em junho de 2011.

Sua administração regional foi desastrosa. Diz que pediu licença-maternidade, documento que nunca chegou à Diretoria Executiva do Sindicato, não prestou conta de R$ 8.616,85 recebidos para ação sindical durante o ano, afirma, em documento assinado, que não sabe onde se encontram os arquivos da regional que desapareceram com a reforma realizada no ano passado na sala da regional. Por isso, a Diretoria Plena do Sindicato não teve outra alternativa a não ser declarar o abandono da função e nomear outro diretor para cumprir os últimos meses de mandato.

Além do mais, dois jornalistas que integravam a chapa 2, derrotada na última eleição para renovação da diretoria do Sindicato, se aliaram a este pequeno grupo e participaram da “fundação” da nova entidade. Aliás, a posição dessas pessoas foi condenada pelos próprios integrantes da chapa 2, que divulgou nota oficial se posicionando firmemente contrária à iniciativa.

Por tudo isso é que a tentativa de fundar o Sindicato dos Jornalistas do Noroeste Paulista é uma atitude impensada, inconsequente, que só beneficiará o patronato local, que se verá livre dos acordos estaduais e poderá exercer seu poder de pressão e de controle sobre uma legião de jornalistas desamparados e à mercê de uma entidade local fraca e impotente.

Os jornalistas da região de São José do Rio Preto realmente preocupados com o fortalecimento da categoria, contrários às posições divisionistas de uma minoria e que desejam manter a unidade de todos os jornalistas do Estado, podem entrar em contato com a Regional do SJSP pelo fone (17) 3211 9621 ou e-mail: regionalriopreto@sjsp.org.br.

Estes são os fatos. O resto é retórica vazia de pessoas mal intencionadas ou de inocentes úteis.

São Paulo, 2 de maio de 2012