Antes de 2009 terminar o terceiro mês, a meningite já matou três pessoas em Rio Preto, num total de 47 casos já confirmados, sendo que uma quarta morte ainda está sob avaliação. Nessa proporção, podemos terminar o ano com aproximadamente 12 mortes, o dobro do ano passado, e mais de 200 casos confirmados, número superior aos 188, de 2008.
A quantidade de casos mostra-se mais preocupante que no ano passado. No entanto, não existe o mesmo alarde ou preocupação de outros tempos. A mobilização no dia de hoje é por causa de um servidor gazeteiro da Câmara de Rio Preto. As mortes por meningite não estão merecendo o mesmo engajamento.
É estranho. Em 2008, ano eleitoral, quando a cidade atingiu 70 casos, a Saúde iniciou a vacinação nos bairros mais atingidos. No ano passado, as clínicas que comercializavam vacina tinham filas todos os dias. O Ministério Público pediu vacinação em massa. A imprensa não poupou a Secretaria Municipal de Saúde, nem a estadual. A pressão da sociedade foi intensa.
O atual secretário de Saúde de Rio Preto, José Victor Maniglia, tem afirmado que a situação da meningite no município está controlada e que o número de casos e mortes deste ano não configura uma situação de surto. Por isso, não justificaria uma vacinação em massa, como também dizia o secretário da época, Arnaldo Almendros Mello.
O que mudou? Era ele quem estava errado ou descobriram que realmente a situação estava sob controle? Porque, agora, as mortes não geram protestos e corridas em busca da vacina. A imprensa assiste ao aumento de casos calmamente. Nada de editoriais, cenas histéricas na TV. Gente indo embora de suas casas, porque tinha vizinho com suspeita da doença. Enfim, é como se nada estivesse acontecendo.
Apenas o vereador Maurin Ribeiro (PCdoB) anda colhendo assinaturas para pedir a vacinação da população. Ninguém mais parece estar preocupado. Mas algo precisa ser explicado: quais os riscos dos números de casos e mortes continuarem crescendo nessa proporção? Se no início do ano estamos assim, como chegaremos ao final do ano? Realmente, justifica-se tanta tranqüilidade?